sábado, 18 de abril de 2009

Feld der Erinnerungen

Para mim há uma nova esperança, mas não consigo seguí-la. O abismo em que estou é fundo demais para subir até a superfície, e então aqui permaneço.
De que valeram minhas "conquistas"?
De que valeram os meus sonhos?
De que valeram as minhas metas?
De que vale continuar?
Respostas, respostas, onde estão?
A árvore ainda está lá, assim como a ponte, as flores, o velho banco, mas eu...não.
Quero quebrar tudo o que vejo, mas já não existe uma razão para isso.
Por dentro não mais respiro, estou morrendo...
O complexo se torna cada vez mais apertado. Não consigo sair...não quero sair...
Onde está todo mundo?
Onde está a verdadeira vida?
Onde está a esperança?
Onde está o meu coração?
Tudo o que vejo além do Sol são sombras...tristes sombras.
Acabou?
Ainda não...
A solidão perdura e não me abandona, pois somos uma só.
Futilidades, mentiras, medos e tristezas se fazem parte constante do que vivo e percebo.
Procuro a faca que acabará com tudo,
Procuro os remédios que me acalmarão,
Procuro a luz para onde correr,
Procuro o que já tenho...

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Refletir

“Há pessoas que transformam o sol numa simples mancha amarela, mas há também aquelas que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol.”
- Pablo Picasso

quinta-feira, 16 de abril de 2009

[...]







Com a cabeça baixa, permanecia em meio ao frio que congelava suas lágrimas. Sentia a dor mais profunda, porém nada fazia para livrar-se dela.
Ao horizonte fitava a luz para onde deveria fugir, mas já não reunia forças para o fazer. Essa mesma luz então se apagava, até sumir completamente.
Tinha medo da mão pesada que lhe tocava o ombro. Sabia que logo ouviria a voz que tanta lembranças ruins trazia.
Jamais iria curar-se, pois não havia remédio para sua doença. Não mais fazia questão de viver, apenas mergulhar no mundo de mentira que criara seria suficiente para sumir e nunca mais voltar.
Ninguém sentiria sua falta, pois jamais notaram sua presença.

sábado, 11 de abril de 2009

Contos Noturnos


Engoliu o resto de vinho que ainda restava em seu copo, abriu a janela do pequeno quarto onde estava e por fim contemplou a noite.
As estrelas nunca estiveram tão brilhantes, e a Lua parecia se aproximar cada vez mais. Em sua mente formava desenhos, nomes e símbolos com os vários pontos luminosos que via.
Ao longe não mais havia vestígio da existência do Sol que a muito se fora. Tudo silenciava ao passo em que as sombras prevaleciam.
Sob a falsa luz que o iluminava, escrevia o que ainda podia retirar de seus pensamentos, os quais nunca revelava à ninguém. Ainda não chorava, porém seria hipocrisia sorrir.
O vento que penetrava no ambiente tornava-se sua única relação sensível com o mundo que tanto detestava.
Desenhou no velho diário a sua interpretação do que avistava,e por fim o guardou. Fechou a janela lentamente, apagou a luz e deitou na cama para nunca mais acordar.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Culpas Passadas

O fogo que ardia na lareira terminava de consumir a lenha que, lentamente tornava-se brasa, até apagar por completo.
Sentado com uma taça de vinho na mão direita e um porta-retrato na esquerda, ouvia o som das fagulhas que saiam em meio as chamas.
A cada gole, fitava com atenção a foto que estava naquele porta-retrato. Toda amarelada, demasiadamente antiga, porém um rosto ainda era visível. Uma bela jovem frente ao lago. Talvez fosse verão, pois ao fundo notava-se um maravilhoso pôr-do-Sol.
Por minutos ficou ali, imóvel, quase nem respirava; até que em um simples movimento, colocou a taça na pequena mesinha ao lado, levantou, e se direcionou até uma velha cômoda que ficava perto da janela. Abriu uma das gavetas e guardou a foto. Voltou para o lugar que deixara, sentou novamente, virou-se para a mesa onde estava a taça e pegou uma caixa de madeira talhada decorada manualmente. Ao abrí-la, tirou um papel onde dizia:
"Te escrevo para dizer-lhe que hoje descobri o quanto você me faz falta. Viajarei com meus pais daqui a pouco, mas não partirei sem antes ter certeza de que te pedi perdão e que você me desculpou."
(11 de Novembro de 1986)
Após ler, guardou o bilhete e pegou um recorte velho de jornal, cuja matéria prosseguia assim:
-12 de Novembro de 1986-
" Acidente de carro deixa três mortos "
As lágrimas corriam em seu rosto, lembrou do que não havia feito anos trás. Ainda com mãos trêmulas, pegou uma caneta e no verso do bilhete que havia retirado novamente de dentro da caixa, escreveu a seguinte mensagem:"Eu te perdoo!"